Provavelmente na próxima terça-feira a Assembleia Legislativa do
Paraná irá votar um projeto que comprometerá de forma irreversível, a
estrutura pública da educação paranaense e são vários os aspectos que
impactarão negativamente na qualidade de ensino e na vida de
professores, especialmente os que atuam na rede básica em que os
problemas são infinitamente maiores. Mas há um aspecto que se destaca
porque atinge todos os servidores públicos paranaenses e é sobre ele que
quero tratar.
Sou um servidor público paranaense há quase
20 anos, faltam alguns meses para eu, não sei se posso afirmar isso,
ainda ter o direito concedido de mais um qüinqüênio, imaginava isso
desde o momento em que assinei meu termo de posse na então Faculdade
Estadual de Campo Mourão, hoje Campus da mais nova universidade pública
do Paraná – Unespar, que está espalhada por todos os cantos do Paraná,
por ser multicampi e que tem aproximadamente 700 professores efetivos
atendendo aproximadamente 13.000 alunos oriundos de mais de 150
municípios do Paraná.
Neste exato momento estou apreensivo,
preocupado, mas acima de tudo imaginando o velho político José Richa,
um dos maiores combatentes da ditadura militar, que fez história no
sentido positivo e que talvez tenha sido, o mais admirado dos
governadores pelos servidores públicos paranaenses, se vivo estivesse,
como estaria se sentindo ao ver seu filho, jovem governador, enviar para
a Assembléia Legislativa um projeto que extingue direitos dos
servidores públicos.
Sou filho de um caminhoneiro e uma dona de
casa e sempre estudei em escola pública. Vou completar 47 anos no
próximo dia 22 de fevereiro e não gostaria de receber um presente de
aniversário antecipado tão desagradável. Tenho um filho de 16 anos que
depende da minha estabilidade e segurança financeira e acima de tudo
insisto em acreditar no bom senso dos nossos legisladores.
Quando prestei concurso público para professor universitário na área de
economia, o fiz porque naquele momento acreditava na seriedade do
governante de plantão e no bom senso do poder legislativo da época e
optei por fazer uma carreira que tinha regras claras. Vantagem por um
lado, ou seja, estabilidade, qüinqüênios a cada 5 cinco anos,
aposentadoria com salário integral com o direito ainda, de após cumprir o
tempo de serviço mínino e a idade mínima, optar por ter outros 5% para
cada ano trabalhado até completar determinado percentua e em
contrapartida, serviria parte do povo paranaense durante toda minha
carreira. Por outro lado, não teria o direito do fundo de garantia.
Foi uma opção que fiz e isso gerou uma expectativa de futuro
perfeitamente normal, pois imaginava que JAMAIS alguém ousaria mudar a
regra do jogo no meio do caminho.
Dizem que na atual Assembleia
Legislativa do Paraná, não chega a 10 os deputados que ousam votar
contra o Governador do Estado, mesmo que eventual projeto acabe com
direitos de todos os servidores públicos paranaenses e parte dos sonhos
deles e de seus familiares e ainda aumente a insegurança no futuro, pois
se isso acontecer, qualquer coisa de ruim, dali para frente pode ser
ato natural. Basta apenas começar.
Espero com muita esperança
poder contar com o seu bom senso e que eu possa lembrar sempre que em
tal votação fatídica, seu nome esteve entre aqueles que respeitaram os
servidores públicos paranaenses.
Atenciosamente,
Sérgio Luiz Maybuk
Unespar Campus de Campo Mourão
Servidor público paranaense desde junho de 1995.
Unespar Campus de Campo Mourão
Servidor público paranaense desde junho de 1995.
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